Barbie e a inspiração na obra de Wayne Thiebaud

por | Agosto 7, 2023

Barbie e a inspiração na obra de Wayne Thiebaud

Um dos filmes mais esperados dos últimos anos, o live action da boneca mais famosa do mundo, a Barbie, estreou há menos de um mês e é um sucesso de público e bilheteria. Desde o seu anúncio, o filme tem gerado diferentes expectativas. Afinal, o que esperar de um filme de uma boneca?

Dirigido por uma das mulheres mais promissoras no ramo, Greta Gerwig, o filme excedeu as expectativas do público e já ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em bilheteria, tornando-se o maior filme dirigido por uma mulher.

Seja discutindo o papel da boneca na sociedade, espelhando o patriarcado ou dialogando sobre o que é ser mulher, o filme é muito mais do que o live action de uma boneca. E prova disso, são as inspirações que a diretora e roteirista utilizou para criar a Barbielândia, o mundo ideal onde as Barbies vivem e comandam todos os setores da sociedade. Uma dessas inspirações é o artista plástico Wayne Thiebaud!


Quem é Wayne Thiebaud?

Wayne Thiebaud é um renomado artista norte-americano, original de Mesa, no Arizona e um dos principais nomes da Pop Art! O artista é conhecido por suas pinturas de objetos do cotidiano e cenas urbanas, muitas vezes explorando temas relacionados à comida, em especial sobremesas.

Thiebaud é mundialmente reconhecido por suas pinceladas marcantes e cores vibrantes, que entregam uma qualidade tridimensional e quase escultural para as suas obras. A sua abordagem única une o realismo com um toque de humor e exagero, criando imagens com um olhar atento sobre objetos comuns.

Uma de suas séries mais icônicas e conhecidas é a pintura de bolos, tortas e sorvetes, nas quais explora as texturas e formas de uma maneira detalhada e envolvente. Essa série é uma das inspirações que Greta Gerwig utilizou para desenvolver o cenário da Barbielândia.

Wayne Thiebaud e a Barbie

Barbielândia, o mundo mágico onde as Barbies vivem, é uma verdadeira fantasia. Repleto de rosa, o cenário foi todo criado e desenvolvido em estúdio, sem a ajuda de tecnologias como CGI, por exemplo. Para isso, Greta e a designer de produção do 

filme, Sarah Greenwood, utilizaram um pigmento rosa que gerou uma escassez mundial da tinta fluorescente da marca Rosco. Mas o que isso tem a ver com Wayne Thiebaud?

Segundo Greenwood,o pigmento específico foi utilizado para criar cerca de 12 tons diferentes de rosa, que foram utilizados em todo o cenário do longa. Isso é um resultado direto da admiração da diretora Gerwig com o trabalho de Thiebaud. Ainda

segundo a designer de produção, isso vem do trabalho de Thiebaud que nunca utiliza branco e preto em suas pinturas. Nesse caso, suas sombras eram feitas com tons de azuis e roxos.

O esquema de cores de Barbie seguiu esse padrão, sem utilizar preto, branco ou tons cromados para criar o mundo fantástico das bonecas, apenas tons diferentes de rosa.

As diferentes formasde arte

A sétima arte, mais conhecida como Cinema, sempre utilizou de paralelos com as diferentes formas de arte existentes. Seja na representação de um plano inspirado em um quadro, na iluminação ou nas cores. As artes se sobrepõem para criar um novo conceito, uma nova arte.

Por mais que Barbie seja um blockbuster mundial e, o primeiro contato possa parecer fútil para muitos, o trabalho desenvolvido pela a Direção de Arte do filme transcende o superficial, ao focar em detalhes que enriquecem a produção.

Além de contar com um roteiro que foge do esperado, podemos notar a atenção aos detalhes no desenvolvimento dos cenários principais, das roupas e até mesmo do cabelo da personagem principal, a Barbie Estereotípica, interpretada por Margot Robbie. Isso porque, a peruca utilizada pela atriz era diariamente tonalizada com um tonalizante desenvolvido especialmente para o filme. O intuito era neutralizar o amarelado do loiro e evitar um grande contraste entre os figurinos e o cabelo da personagem.

Enfim, a atenção aos detalhes presente na Direção de Arte apenas enriquecem a obra de Greta Gerwig e reforçam que a arte pode se apresentar de diferentes maneiras e se retroalimentar, inspirando novas obras e perspectivas nas mais diferentes plataformas e formatos. Barbie é apenas mais um exemplo de como a arte se perpetua e inspira novos artistas.