por Stephanie Wruck | Mar 20, 2023 | Eventos
No próximo dia 22, acontece a Bienal Internacional do Alentejo. A edição do evento, que ocorrerá entre os dias 22 e 26 de março de 2023, em Estremoz, contará com a presença de mais de 140 artistas nacionais e internacionais, vindos de 15 países, para garantir a diversidade de modelos e técnicas de expressão artística contemporânea. Entre tantos artistas, Gabriela Albuquerque, sócia-fundadora do Coletivo Amarelo, teve uma de suas obras selecionadas para a exposição.
Inútil Paisagem VI, 2021, Gabriela Albuquerque
Gabriela Albuquerque
Gabriela Albuquerque é uma artista brasileira que busca representar artisticamente sua experiência em diferentes contextos. Sua formação inicial é em Letras pela Universidade de São Paulo, mas logo adentrou o campo das artes visuais ao se graduar em Crítica e Curadoria pela PUC-SP. Em seguida, atuou brevemente como curadora e crítica de arte na cidade de São Paulo.
A artista se mudou para Washington DC, capital dos Estados Unidos, e iniciou sua formação prática como artista visual na escola Art League em Alexandria, na Virgínia. Tudo isso sem abandonar o seu campo de crítica e curadoria, participando ativamente de grupos, encontros e workshops promovidos pelo Smithsonian Institution e pela National Gallery of Art.
Após três anos vivendo na Virgínia, Gabriela Albuquerque se mudou para Seattle, no estado de Washington. Na nova cidade, ela ingressou na Gage Academy of Art onde deu continuidade à sua formação artística.
Atualmente, Gabriela vive em Cascais, Portugal. A brasileira terminou sua formação em Pintura no centro de estudos Ar.CO e atualmente faz parte do grupo de estudos e acompanhamento crítico NowHere, sob a orientação da curadora Cristiana Tejo.
A Bienal Internacional do Alentejo
A primeira edição da BIALE é organizada pela ARTMOZ com o apoio da Câmara Municipal de Estremoz, Direção Regional de Cultura do Alentejo e tem como parceiros a Bienal Internacional de Artes de Cerveira e a Sociedade Nacional de Belas Artes. Entre os trabalhos de artistas internacionais e nacionais, estão obras que englobam pinturas, desenhos, aquarelas, esculturas, cerâmicas e fotografias.
O evento começa no dia 22 de março com a inauguração prevista para as 18h30. No domingo, 26 de março, acontecerá a sessão de encerramento da Bienal Internacional do Alentejo.
Fica o nosso convite para você comparecer a este evento e aproveitar a chance de conhecer obras de artistas vindos de 15 países. Inclusive, a brasileira Gabriela Albuquerque, nossa sócia-fundadora.
por Stephanie Wruck | Fev 6, 2023 | Artigo
É impossível negar que arte e política estão interligadas. Seja pela vontade do artista em manifestar o seu posicionamento ou pela ausência do mesmo, de uma maneira ou outra, a arte transmite uma mensagem política. Uma das vontades inerentes ao ser humano que motiva essa manifestação é a aspiração pela liberdade. No contexto histórico brasileiro isso não seria diferente. Afinal, a prática de fazer arte no Brasil é, por si só, um ato político. Pensando nisso, no artigo de hoje vamos abordar a intersecção entre arte e a política no trabalho de artistas brasileiros e o seu impacto no país.
Arte é política!
A arte é e sempre foi uma expressão política! É possível, inclusive, analisar essa ligação em diferentes momentos históricos. Seja no Renascimento, quando as pinturas eram encomendadas e executadas de acordo com o posicionamento político do comprador. Seja em um momento ditatorial quando a arte é censurada. A arte é política e a expressão artística possui uma força, seja ela intencional ou não.
Ao criar uma obra de arte, o artista pode escolher manifestar-se contra o sistema, contra a opressão e contra normas ultrapassadas da sociedade, por exemplo. Existe uma infinidade de posicionamentos que um artista pode empregar em seu trabalho. Assim como existem também os artistas que não buscam expressar um posicionamento político, no entanto, a ausência de expressão é um posicionamento por si só.
Diferente do que muitos pensam, a ligação entre arte e política não precisa ter um cunho panfletário. Ou seja, que apoie uma ideia com radicalismo e massivamente. O simples fato de determinados artistas se expressarem e demonstrarem a sua realidade em suas obras é um ato político.
Quando falamos em arte e política, também é comum que a sociedade entenda isso como uma imposição de doutrinação ao espectador. Contudo, a realidade prova que esse é um pensamento raso e sem muito fundamento. Afinal, a arte é subjetiva e interage com cada indivíduo de uma maneira diferente. São vários os estímulos e impactos que a expressão artística causa no observador e a sua interpretação depende de sua bagagem cultural, política e social.
Arte e Política no Contexto Brasileiro
No Brasil, um país rico em cultura e diversidade, a arte é uma forte ferramenta política. Para ilustrar isso, traçamos uma linha do tempo com diferentes artistas e seus impactos na sociedade brasileira.
Almeida Júnior – Caipira picando fumo
O artista viveu no século XIX, mais precisamente entre 1850 e 1899. Almeida Júnior é habitualmente relacionado a uma palavra que pode ser observada como pejorativa: “caipira”. Essa relação vem da sua representação do povo brasileiro em sua pluralidade, focando nas pessoas “comuns” e fugindo da representação dos ilustres e aristocráticos, como era de praxe.
Oswald de Andrade – Manifesto Antropofágico
A década de 1920 é um marco histórico para a arte brasileira. Há 101 anos, aconteceu a Semana de Arte Moderna iniciando o movimento modernista no país. Alguns anos depois, em 1928, Oswald de Andrade publicou o seu Manifesto Antropofágico. Inspirado pelas ideias do artista e ativista político Filippo Tommaso Marinetti, o idealizador do futurismo na arte, Andrade fundou um movimento histórico.
O artista publicou o seu manifesto na revista Antropofagia, em São Paulo, com o objetivo de “engolir” técnicas e influências de outros países. Desse modo, Oswald de Andrade incentivou a criação de uma nova estética artística brasileira.
O movimento levou esse nome por promover o “canibalismo” da cultura estrangeira. Afinal, a cultura estrangeira influenciava demasiadamente a arte brasileira. O objetivo do artista era fomentar uma nova identidade brasileira, multicultural e original, assim como o seu povo.
Tarsila do Amaral – Abaporu
Um dos quadros mais famosos da aclamada artista brasileira, o Abaporu dialoga diretamente com o trabalho do seu marido, Oswald de Andrade, no Manifesto Antropofágico.
A pintura apresenta um homem sentado com membros desproporcionais, com os pés e mãos aumentados e a cabeça minúscula quando comparada ao restante do corpo. Além disso, o sol no centro da pintura e a representação de um cacto reforçam a ideia que podemos compreender do quadro.
A obra é vista como uma crítica ao trabalho físico, exaustivo e com pouco pensamento crítico, representando a realidade de grande parte da população na época. O quadro foi pintado em 1928 e marca a fase antropofágica da artista, que durou até 1930.
A arte e a política durante a Ditadura Militar no Brasil
Durante os anos de 1964 e 1985, o Brasil passou pela Ditadura Militar, um período obscuro e repressor. Foram quase 30 anos de opressão militar e os artistas, claro, foram uma das grandes classes atingidas, perseguidas e censuradas pela ditadura.
A arte enquanto política não se calou, pelo contrário. Mesmo vivendo em uma época de censura, muitos artistas usaram o seu trabalho em prol da liberdade de expressão, que era cada vez mais silenciada.
Separamos alguns dos artistas que se destacaram na luta contra um sistema opressor e ditatorial:
Cildo Meireles – Desvio para o Vermelho
Cildo Meireles é um artista brasileiro conhecido por seu pioneirismo na criação de instalações de arte no país. Durante a ditadura, o artista demonstrou forte posicionamento político, o que podemos analisar na sua instalação “Desvio para o Vermelho” (1967 – 1984). A instalação é marcada por essas duas datas pois marca o ano em que foi idealizada (1967) e o ano de sua primeira montagem (1984).
A obra é dividida em três salas pintadas de vermelho e articuladas entre si. No primeiro ambiente, Impregnação, somos inseridos em um cômodo branco repleto por móveis e obras em tons de vermelho. Isso é contrastado na penumbra de Entorno, o segundo ambiente, onde é possível observar uma garrafa tombada, com um líquido vermelho escorrendo em um ambiente totalmente escuro. Já no último ambiente, Desvio, o som da água corrente guia o observador em um quarto completamente escuro. A escuridão é quebrada apenas por uma pia descolada, onde uma água vermelha escorre, criando sonoridade.
Hélio Oiticica – Tropicália
Tropicália é um termo elaborado pelo artista Hélio Oiticica e representado em uma instalação exposta na mostra Nova Objetividade Brasileira, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em 1967. A obra é um ambiente composto de Penetráveis, PN2 (1966) – Pureza É um Mito, e PN3 (1966-1967) – Imagético. Esse foi o trabalho que inspirou a criação estética do movimento tropicalista entre as décadas de 1960 e 1970.
A obra é rica em elementos típicos da cultura popular brasileira, como areia, terra, plantas tropicais, tecidos, entre outros. Todos esses elementos em conjunto, subvertiam a ordem da estética do modernismo europeu.
Anna Maria Maiolino – “What’s left”
Através de um trabalho político e provocativo, a artista ítalo-brasileira Anna Maria Maiolino explorou diferentes materiais e meios de expressão. Durante os períodos ditatoriais, as questões sempre presentes foram: “Como falar? Como se comunicar em tempos de ditadura?”.
Essas dúvidas são expressadas na obra da artista, como a fotografia “O que Sobra” (1974), que apresenta uma mulher com a língua exposta entre uma tesoura. Através de sua arte, a artista questiona!
Adriana Varejão
A artista tem uma visão e trabalhos únicos. A sua obra parte de uma indagação: “E se as paredes tivessem vísceras, músculos e sangue?”. Adriana Varejão está entre os nomes mais importantes da arte contemporânea brasileira e conta com um pavilhão dedicado ao seu trabalho em Inhotim, o maior museu a céu aberto do mundo, localizado em Brumadinho, Minas Gerais.
Entretanto, a sua obra não se mantém apenas na ideia das paredes que simulam entranhas humanas. Nas suas obras em exposição em Inhotim, a artista critica as feridas deixadas pela história brasileira.
Regina Parra
A artista expressa a sua arte através da pintura, da fotografia e do vídeo, com forte cunho político ligado às questões atuais sobre feminismo e sobrevivência em um universo ainda misógino e machista. Regina Parra aborda temas como a opressão, a insubordinação e a resistência feminina em suas obras.
Arte e política no cenário atual do Brasil
A política brasileira tem enfrentado rupturas, para dizer o mínimo. Foram quatro anos de um governo que era declaradamente contra a expressão artística. O Ministério da Cultura foi extinto logo no início do mandato do ex-presidente, o audiovisual foi sucateado e a arte desestimulada.
O ano de 2023 iniciou com a troca deste governo, mas a transição não tem sido tranquila. O atual presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, tomou posse no dia 01 de janeiro e, apenas uma semana depois, apoiadores do ex-presidente invadiram os prédios dos três poderes em Brasília. Os atentados terroristas realizados por um grupo articulado deixaram um cenário devastador.
O patrimônio público do país foi destruído ou danificado, incluindo obras de arte de valor inestimável. Entre as perdas, está o quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti. Trata-se de um painel horizontal com grande destaque para quatro figuras femininas que trabalham sobrepostas à uma grande paisagem. São mulheres de peles acastanhadas, mestiças e mulatas.
Nessa pintura, o artista usa da mesma lógica de Almeida Júnior, que é dar protagonismo a figuras marginalizadas e oprimidas socialmente, mas que são o cerne do funcionamento do nosso tecido social. Estimada em R$ 8 milhões, a obra em questão ficava no Salão Nobre do Palácio do Planalto e teve sete rasgos em sua tela.
Além da aclamada obra de Di Cavalcante, diversas obras de arte foram atingidas e destruídas nos ataques terroristas de 08 de janeiro de 2023.
A destruição desse patrimônio por extremistas prova que a arte é política! Prova que a arte é, sim, necessária. Afinal, a realidade brasileira expressada com o intuito de enfrentamento gera desconforto até nos mais leigos. A arte é política e sempre será, independentemente de quantas forças contrárias surjam.
por Stephanie Wruck | Nov 22, 2022 | Novo artista
Como aprender sobre arte? Essa questão um tanto quanto subjetiva é trabalhada por um dos mais novos artistas a se juntar ao Coletivo Amarelo, o Gianlluca Carneiro. O artista e professor brasileiro está diretamente envolvido com projetos de cidadania e ética, e dentro da sala de aula, ele encontrou maneiras de introduzir aos seus alunos a política por meio da educação através da arte.
Conheça Gianlluca Carneiro e sua visão sobre a educação na arte
Em seu portfólio, Gianlluca compartilha um pouco de sua história. Nascido em Minas Gerais, no Brasil, o artista visual também é professor de história da rede municipal de Cariacica, no Espírito Santo. Além disso, Gianlluca é bacharel em direito e estudou arte e educação no CEFART em Belo Horizonte.
Desde muito cedo, mais precisamente desde os 6 anos de idade, Gianlluca se demonstrou um artista através da pintura. De lá para cá, são mais de 20 anos de carreira levando a sua arte para diferentes exposições em Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Sem contar as publicações em revistas e exibições de renome nacional e internacional, como a sua obra “Humor Azul, Coração Azul” que foi finalista na Doncaster Art Fair.
Gianlluca Carneiro denomina o seu universo artístico como Cabeça Vazia, uma brincadeira com o ditado popular “cabeça vazia, oficina do diabo”. Em suas próprias palavras: “O importante é que essa cabeça vazia vive cheia e ocupada em produzir obras com cores, traços e composições coloridas e caóticas sempre apoiadas em críticas às estruturas políticas e sociais e do modo de vida contemporâneo”.
O artista contemporâneo está alinhado com as discussões mais recentes presentes ao redor do mundo. Sendo uma delas, a importância de repensar o atual sistema de educação artística.
Documenta 15
Documenta é uma das maiores exposições de arte contemporânea do mundo e acontece a cada cinco anos na cidade de Kassel, na Alemanha. A exposição foi criada em 1955 por Arnold Bode, em uma Alemanha pós-guerra. Parte da sua motivação surgiu da necessidade de retomar a arte que foi banida pelo nazismo e reintroduzir o país às últimas tendências internacionais. Desde então, a exposição Documenta 15 virou uma instituição importantíssima no mundo da arte.
Em 2022, aconteceu a 15ª edição da exposição, curada pelo coletivo ruangrupa de Jacarta, na Indonésia. O coletivo baseou a Documenta nos valores e ideias de um termo bastante comum na Indonésia, lumbung, que significa algo como “celeiro comunitário de arroz”. A ideia de utilizar esse termo como um modelo artístico e econômico é baseada em princípios como a coletividade, a construção conjunta de recursos e a sua distribuição justa.
Nesta edição, vários pontos ressoaram e um deles dialoga diretamente com a arte e o posicionamento ativo de Gianlluca Carneiro, que é repensar as estruturas da educação artística contemporânea. Na exposição, isso se traduz a partir da ideia do coletivo e questiona o porquê não podemos aprender uns com os outros, quebrando paradigmas, como a figura de autoridade do professor?
Essa ideia de transformar a educação é expressada na Documenta 15 através da arte do *foundationClass, um coletivo formado em 2016 na Weißensee Kunsthochschule Berlin (KHB). O coletivo surgiu como uma plataforma educacional para arte e um conjunto de ferramentas criado para facilitar a vida de imigrantes que são afetados pelo racismo na Alemanha.
Para nos aprofundarmos nesse conceito de uma educação artística coletiva e conhecermos melhor o artista, o Coletivo Amarelo realizou uma entrevista com o Gianlluca Carneiro. Leia um trecho da nossa conversa, que abrimos com uma fala do artista que unifica todo esse pensamento por trás da educação artística e desse potencial não explorado.
Gianlluca: Vejo muito potencial artístico entre os meus alunos que dentro da escola não é tão explorado e eu, como professor e artista, tento trazer isso pra eles a todo momento. Trazer o que? Trazer ideias para despertar algo neles, desmistificar essa ideia de que arte é só no museu, sendo que na verdade a gente faz arte o tempo inteiro. E usar isso pra debater política
Coletivo Amarelo: Existem obstáculos dentro da escola para trazer esses novos modelos? Qual é a resistência?
Gianlluca: O mais louco de tudo isso é que eu faço parte de um projeto chamado Ensina Brasil, destinado para áreas de vulnerabilidade social, e por coincidência eu caí numa escola onde existem militares. Por um momento achei que isso iria ser um empecilho, mas consigo trazer o assunto da política de maneira mais profunda, sem discursos superficiais e também sem partidarismo. Mas fazer isso usando a arte, torna até o processo mais fácil dentro da escola, por incrível que pareça.
Coletivo Amarelo: A figura do professor é um lugar de conforto, de segurança, onde “não existem perguntas burras”, um espaço menos intimidador… Você, como professor, qual conselho daria para aqueles que querem começar a fazer arte, aprender mais sobre arte, mas não sabem bem por onde começar ou talvez se sintam acanhados?
Gianlluca: O afastamento da arte às vezes vem de linguagens muito complexas, difíceis da gente introduzir as pessoas… vou te dar um exemplo de algo que aconteceu comigo essa semana. Eu fiz um concurso de arte na escola, frisei que ia ter prêmio, mas que não era para estimular aquela competitividade agressiva e, sim, estimular a criação.
Um aluno meu da educação especial, ele tem um olho de vidro, baixa visão, e ganhou o concurso de desenho. Foi uma banca de fora, o sorriso dele era algo inacreditável. Outra aluna, com uma auto estima baixíssima, ganhou o concurso de pintura, e ela nunca conseguia enxergar o que ela fazia. Sempre dizendo que tudo que fazia era uma merd*… Isso me mostrou mais uma vez, que arte é aquilo que a gente faz da forma mais genuína possível.
O jeito de começar é de fato complicado, mas hoje temos tantas formas novas, coletivos como o Coletivo Amarelo, propostas alternativas, lugares que nos recebem de forma mais aberta e que estimulam a gente a fazer. Isso serve pra quem tá começando a fazer arte, consumir, viver disso. Por mais banal que seja, o segredo é se jogar por inteiro.
Coletivo Amarelo: Isso que você falou, sobre hoje termos acesso à tantas ferramentas e informações, às vezes assusta também. Pois talvez faça com que a pessoa fique um pouco sem saber por onde começar ou sem entender onde ela se encaixa nisso tudo… E a gente acaba esquecendo que o fazer artístico é um processo demorado, que leva tempo, uma digestão lenta mesmo. O processo do artista de ficar ali recluso, “esperando algo” acontecer, é extremamente solitário às vezes e super confuso.
Gianlluca: É um processo que demora muito mesmo. E a gente não faz para uma galeria, a gente faz porque tem que ser feito. Eu sou um pouco louco… eu tenho meu sketchbook, meus rabiscos… e as ideias vêm, as cores, as formas, e a partir delas eu vou experimentando. A maioria das vezes não chega aonde eu quero. São camadas que vão se construindo e, eu não tenho medo, não fico planejando demais, sou mais da ação.
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